Atuar no terceiro setor, por si só, tem sido algo bastante difícil nestes tempos em que o deus-mercado teve a sua importância elevada à enésima potência. Imagine-se, então, a atuação no contexto sócio-ambiental, sobretudo numa região em que o exercício do contraditório nada vale, pois o maniqueísmo inquisitorial, sob a batuta de aprendizes de coronéis, é quem dá as cartas, como se ainda vivêssemos sob os caquéticos valores do século 19, auge do liberalismo clássico, mas sem o louvável recurso do direito de resposta.
Mas, e o que isso tudo tem a ver com a tríade cidadania-cultura-ambiente?
Como bem diz a sabedoria popular, a vida é uma grande escola. Eis que a rica experiência de vida de inúmeros antecessores na luta serve, senão de exemplo pelo menos de lição para nós e para os que nos vierem a suceder. Constata-se, portanto, que a vida não é segmentada, e que atuar no eixo sócio-ambiental significa entender e agir de forma articulada nas questões de afirmação de cidadania, do resgate da identidade cultural e da proteção da diversidade biológica do meio em que nos encontramos. Ainda mais se, como em nosso caso, residirmos numa região única como é o Pantanal.
Em outras palavras, desenvolver o protagonismo cidadão da população local como recurso de potencialização da capacidade de intervenção qualificada do cidadão comum representa uma estratégia inovadora e transformadora. Não se trata, apenas, da necessária mas insuficiente responsabilização de nosso cidadão comum para as questões que implicam na mudança de conduta rumo à construção de um novo modelo de desenvolvimento, já previsto na Agenda 21, a qual, aliás, em Mato Grosso do Sul virou alvo de chacota dos bizarros representantes das elites anacrônicas e mais recentemente dos novos empoderados, ex-adeptos da dialética marxista que sucumbiram diante dos atrativos do poder.
E habitante ativo, mobilizado para as legítimas demandas da sua comunidade, corresponde ao perfil de cidadão do século 21, cuja noção de cidadania perpassa questões pontuais ou até ideológicas e se engaja em pleitos que vão para além do cotidiano. Assim, preocupações como ambiente saudável e qualidade de vida, por exemplo, acabam ganhando uma dimensão maior, como políticas públicas intersetoriais cujas metas não se esgotam nos relatórios da burocracia, mas o devido alcance junto aos destinatários, mesmo que não redunde em popularidade ou votos em épocas de eleição.
Mesmo correndo o risco de pecar por redundância, não é demais reiterar que sentir-se comprometido com a causa da conservação dos recursos naturais para as futuras gerações não significa não desejar o progresso e o bem-estar para a sociedade contemporânea. Pelo contrário, lutar por um novo modelo de desenvolvimento é empenhar-se para que os atuais investidores não comprometam a qualidade de vida e de trabalho dos que participam do processo produtivo e dos que vivem em seu entorno, e que, no entanto, não são beneficiários à altura diante dos riscos e prejuízos à saúde e ao meio ambiente em que se encontram.
O que é, mesmo, protagonismo cidadão?
A despeito da inesgotável capacidade inovadora e transformadora de nossa população, nossa história está repleta de episódios em que as amplas camadas sociais desempenham, desde os imemoráveis tempos da colonização ibérica, um papel caudatário –-sequer de coadjuvantes, mas de reles figurantes-–, como que a nação fosse constituída de súditos, não de cidadãos. Em pleno século 21, no generoso contexto oferecido pelas relevantes conquistas do século 20 em nível global, a postura dos habitantes do planeta não pode ser outra que a de protagonistas da própria história, seja do ponto de vista da cidadania, da cultura ou do meio ambiente.
É, pois, a prática articulada e coerente da tríade cidadania-cultura-ambiente que terá como resultado inexorável o protagonismo cidadão preconizado. E, bem entendido, sem dogmas ou receitas preconcebidas, tendo claro que poderemos saber onde iniciamos nosso trajeto, sem, contudo, sabermos onde iremos chegar, porque dependerá tão-somente da capacidade de superação do coletivo em que nos encontrarmos. Isto põe, também, por terra a postura arcaica de nossos antecessores, de que o messianismo –-seja ele de esquerda ou de direita-– está em desuso. E o mais importante: o resultado terá sido da exata estatura de nosso povo.
Mas, e o que isso tudo tem a ver com a tríade cidadania-cultura-ambiente?
Como bem diz a sabedoria popular, a vida é uma grande escola. Eis que a rica experiência de vida de inúmeros antecessores na luta serve, senão de exemplo pelo menos de lição para nós e para os que nos vierem a suceder. Constata-se, portanto, que a vida não é segmentada, e que atuar no eixo sócio-ambiental significa entender e agir de forma articulada nas questões de afirmação de cidadania, do resgate da identidade cultural e da proteção da diversidade biológica do meio em que nos encontramos. Ainda mais se, como em nosso caso, residirmos numa região única como é o Pantanal.
Em outras palavras, desenvolver o protagonismo cidadão da população local como recurso de potencialização da capacidade de intervenção qualificada do cidadão comum representa uma estratégia inovadora e transformadora. Não se trata, apenas, da necessária mas insuficiente responsabilização de nosso cidadão comum para as questões que implicam na mudança de conduta rumo à construção de um novo modelo de desenvolvimento, já previsto na Agenda 21, a qual, aliás, em Mato Grosso do Sul virou alvo de chacota dos bizarros representantes das elites anacrônicas e mais recentemente dos novos empoderados, ex-adeptos da dialética marxista que sucumbiram diante dos atrativos do poder.
E habitante ativo, mobilizado para as legítimas demandas da sua comunidade, corresponde ao perfil de cidadão do século 21, cuja noção de cidadania perpassa questões pontuais ou até ideológicas e se engaja em pleitos que vão para além do cotidiano. Assim, preocupações como ambiente saudável e qualidade de vida, por exemplo, acabam ganhando uma dimensão maior, como políticas públicas intersetoriais cujas metas não se esgotam nos relatórios da burocracia, mas o devido alcance junto aos destinatários, mesmo que não redunde em popularidade ou votos em épocas de eleição.
Mesmo correndo o risco de pecar por redundância, não é demais reiterar que sentir-se comprometido com a causa da conservação dos recursos naturais para as futuras gerações não significa não desejar o progresso e o bem-estar para a sociedade contemporânea. Pelo contrário, lutar por um novo modelo de desenvolvimento é empenhar-se para que os atuais investidores não comprometam a qualidade de vida e de trabalho dos que participam do processo produtivo e dos que vivem em seu entorno, e que, no entanto, não são beneficiários à altura diante dos riscos e prejuízos à saúde e ao meio ambiente em que se encontram.
O que é, mesmo, protagonismo cidadão?
A despeito da inesgotável capacidade inovadora e transformadora de nossa população, nossa história está repleta de episódios em que as amplas camadas sociais desempenham, desde os imemoráveis tempos da colonização ibérica, um papel caudatário –-sequer de coadjuvantes, mas de reles figurantes-–, como que a nação fosse constituída de súditos, não de cidadãos. Em pleno século 21, no generoso contexto oferecido pelas relevantes conquistas do século 20 em nível global, a postura dos habitantes do planeta não pode ser outra que a de protagonistas da própria história, seja do ponto de vista da cidadania, da cultura ou do meio ambiente.
É, pois, a prática articulada e coerente da tríade cidadania-cultura-ambiente que terá como resultado inexorável o protagonismo cidadão preconizado. E, bem entendido, sem dogmas ou receitas preconcebidas, tendo claro que poderemos saber onde iniciamos nosso trajeto, sem, contudo, sabermos onde iremos chegar, porque dependerá tão-somente da capacidade de superação do coletivo em que nos encontrarmos. Isto põe, também, por terra a postura arcaica de nossos antecessores, de que o messianismo –-seja ele de esquerda ou de direita-– está em desuso. E o mais importante: o resultado terá sido da exata estatura de nosso povo.
Ahmad Schabib Hany – fundador da Organização de Cidadania, Cultura e Ambiente (OCCA) e membro da secretaria-executiva do Fórum Permanente de Entidades Não Governamentais de Corumbá e Ladário (FORUMCORLAD).
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