O povo hospitaleiro de Corumbá vem lhe dar boas-vindas, caro(a) visitante, e lhe desejar uma estada memorável no coração do Pantanal e da América Latina, sede do Festival da América do Sul, do sol da solidariedade e do sal do Mar de Xaraés.
Este povo –- que traz em seu nome a raiz do coração acolhedor e das cores da vida -– vem lhe apresentar o que não encontra semelhança no resto do mundo: o Pantanal Mato-grossense, a história dos povos originários e dos pioneiros colonizadores, a rica cultura pantaneira e a proteção da população infanto-juvenil, cuja dignidade tornou-se questão de honra para todos.
Terra da etnia Guató (índios canoeiros do Pantanal), Corumbá foi fundada em 1778, durante o avanço lusitano sobre terras castelhanas, com o intuito de abastecer o então recém-construído Forte Coimbra. O primeiro nome foi Santa Cruz de Albuquerque, em homenagem ao seu fundador, Luiz de Albuquerque de Mello Pereira e Cáceres, capitão-general da capitania de Mato Grosso e Cuiabá. No início do século 19, depois de um incêndio que destruiu a antiga vila de Albuquerque, foi rebatizada com o nome de Vila de Santa Cruz de Corumbá, acredita-se por conta da abundância de aroeira (“curupá” em tupi-guarani) na região. O local da fundação hoje corresponde ao distrito de Albuquerque, distante 50 quilômetros do centro da cidade, cuja população predominante é de ribeirinhos.
É dos mais antigos centros urbanos de Mato Grosso (o estado original), tendo sido entreposto comercial de grande importância entre 1870 e 1950, quando a implantação da ferrovia Noroeste do Brasil causou a mudança do eixo comercial para Campo Grande. Mas sua vocação para a integração entre os povos lhe deu novo alento com o funcionamento da ferrovia para Santa Cruz (Bolívia), no final da década de 1950. Graças ao comércio com os países andinos, foi o principal porto exportador do Centro-Oeste, tendo registrado a média diária de um milhão e meio de dólares em mercadorias exportadas em meados da década de 1980.
Situada em pleno patrimônio natural de características únicas no Planeta -– o Pantanal das águas abundantes e da vida em diversidade -–, Corumbá é detentora de um patrimônio histórico singular – representado pelo Casario do Porto, em fase de restauração – e, sobretudo, de um patrimônio ainda mais significativo – o seu povo, de culturas heterogêneas, cosmopolitas e resultantes da intensa miscigenação.
Na década de 1970, turistas europeus que faziam a “rota dos Incas” (rumo à Bolívia e ao Peru) desvendaram as maravilhas naturais e culturais do Pantanal de Corumbá. Além de fazer passeios de barco pelo Rio Paraguai e de picape à Nhecolândia, os visitantes ficavam alguns dias para conhecer o Museu do Pantanal (hoje na Casa de Cultura Luiz de Albuquerque, o ILA), a cozinha pantaneira, a Casa do Massa-Barro, a Cacimba da Saúde, o Casario do Porto, a Esplanada da Noroeste, Ladário e Porto Suárez. Mais tarde o turismo de pesca veio se sobrepor ao turismo-aventura, tendência que hoje volta a se reverter em nossa região.
Para assegurar proteção especial às crianças e adolescentes vítimas da exploração sexual, desde 1997 vem funcionando em Corumbá a Comissão Municipal de Combate à Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes (Comcexcor), que ganhou autonomia graças à adesão da sociedade local, ao Programa Sentinela e ao Programa de Ações Integradas e Referenciais de Enfrentamento à Violência Sexual contra a População Infanto-juvenil em Território Brasileiro (PAIR), do governo federal.
Sinta-se em casa. O Pantanal e seu hospitaleiro povo o(a) recebem de coração e braços abertos para que conheça e os ajude a cuidar de suas riquezas: a natureza exuberante, a cultura contagiante, a história pujante e a gente cativante. Por isso, ajude na proteção das novas gerações, combatendo a exploração sexual de crianças e adolescentes, o seu patrimônio mais caro.
Exploração e abuso são formas de violência sexual e você pode ajudar a combater esse crime. Não faça parte desse esquema.
Exploração sexual – É a utilização de crianças e adolescentes com fins comerciais e de lucro. Acontece quando meninos e meninas são induzidos a manter relações sexuais com adultos ou adolescentes mais velhos, quando são usados para produção de material pornográfico ou levados para outras cidades, estado ou países com propósitos sexuais.
Abuso sexual – É a utilização de crianças e adolescentes, geralmente por alguém próximo, podendo ser ou não da família, que se aproveita da relação de poder e confiança sobre meninos e meninas para obter favores sexuais. Pode ocorrer com ou sem violência física, mas a violência psicológica está sempre presente.
Não se omita, denuncie ao 0800 647 1323 (COMCEX/MS) ou ao Conselho Tutelar do município.
(Texto produzido gratuitamente por Schabib Hany, da OCCA, para a COMCEXCOR, em agosto de 2004, quando da primeira edição do Festival América do Sul)
Realização: Comissão Municipal de Combate à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes de Corumbá –- COMCEXCOR
Apoio: Organização de Cidadania, Cultura e Ambiente –- OCCA
Fórum Permanente de Entidades Não Governamentais de Corumbá e Ladário -- FORUMCORLAD
PROGRAMA SENTINELA
Prefeitura Municipal de Corumbá –- Secretaria Municipal de Trabalho e Assistência Social –- SEMTAS
Nenhum comentário:
Postar um comentário